A comissão especial do impeachment no Senado se reúne hoje, às 10h, para votar o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que pede a abertura da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff. Se aprovado, o texto é encaminhado ao plenário da Casa. Os debates acerca do documento duraram o dia todo ontem, quando senadores membros e não membros do colegiado tiveram oportunidade de marcar posição. Entre elogios e críticas, parlamentares aproveitaram os 10 minutos de fala para abordar também o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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Apesar de afirmar que a denúncia é nula e o afastamento de Cunha reforça isso, o advogado-geral da União disse que o governo ainda não entrará com pedido da anulação no Supremo Tribunal Federal. “Nós levaremos à judicialização no momento oportuno. Na hora em que acharmos que devemos, nós iremos. Aqueles que defendem a legalidade do impeachment e tentam não discutir o pecado original dele agora estão colocados em xeque.”
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Relatório
Em relação ao relatório do senador Anastasia, Cardozo elogiou o tucano por ter citado somente fatos descritos na denúncia — os seis decretos suplementares e as chamadas pedaladas fiscais — mas afirmou que a peça tem ânimo condenatório. “É natural que uma pessoa que tenha paixão partidária muitas vezes turve a compreensão natural que os seres humanos têm sobre certas circunstâncias pelas quais devem apreciar com absoluta isenção; E eu diria que, neste caso, esse relatório demonstra do começo ao fim, um animus condenatório que suprime muitas vezes etapas, que não analisa fatos, que não considera, sequer para refutar, pontos que a própria defesa apresentou”, criticou Cardozo.
O advogado-geral da União também rebateu o trecho em que Anastasia afirma que “nunca vi golpe com direito de defesa”. “Quando se quer esconder uma iniquidade, se dá o direito de defesa retórico, onde as cartas estão marcadas, onde o jogo já está definido, onde as pessoas já definiram o processo. O simples fato de haver direito de defesa formal, não substantivo, formal, não real, onde as pessoas já entram com convicção formada, isso é uma decisão política e não uma decisão imparcial.”
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