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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Agressão: 5 obstáculos que mulheres enfrentam para denunciar

O combate à violência doméstica no Brasil, apesar do avanço na legislação que persegue e pune os agressores, ainda tem um tortuoso e longo caminho pela frente. A Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, que estabelece como crime a violência doméstica, foi vista como um marco - é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra a mulher.
Mesmo com Lei Maria da Penha, mulheres enfrentam dificuldades para punir agressores
Mesmo com Lei Maria da Penha, mulheres enfrentam dificuldades para punir agressores
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBCBrasil.com
No entanto, a cada ano, mais de um milhão de mulheres ainda são vítimas de violência doméstica no País, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A lei incentivou vítimas a denunciarem casos de agressões - só entre 2006 (quando a lei foi sancionada) e 2013, houve aumento de 600% nas denúncias de abuso doméstico. Mas é nesse processo, no da denúncia, que ainda estão alguns dos principais obstáculos no combate à violência contra mulheres no Brasil.
O caso de Maria Fernanda* ilustra o problema. Ela resolveu denunciar o namorado após ter sofrido agressões por dois anos e meio. Mas a experiência que teve na delegacia a traumatizou.
"Vocês vêm aqui todo dia por causa dessas 'coisas de mulher' e depois fica tudo bem", foi a primeira coisa que o delegado disse ao ouvir o início do depoimento de Maria Fernanda - e ele passou a meia hora seguinte fazendo de tudo para convencê-la de que seria um erro denunciar o namorado agressor. "Eles tentam de todas as formas fazer você desistir. No meu caso, conseguiram. Saí de lá humilhada."
Experiências como a de Maria Fernanda fizeram com que muitas mulheres vítimas de violência preferissem permanecer caladas. Segundo uma pesquisa DataSenado de 2013, 20,7% das mulheres que admitiram ter sofrido violência doméstica nunca procuraram a polícia.
"Às vezes, o processo de denunciar acaba sendo mais violento pra essas mulheres do que a própria violência", disse à BBC Brasil Silvia Chakian, promotora de Justiça e coordenadora do GEVID (Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica).
Ela afirma que, apesar dos avanços da Lei Maria da Penha, "ainda é preciso melhorar a efetividade dela" para que o processo seja menos traumático e resulte em punições concretas. Ainda assim, Chakian ressalta: "essas críticas precisam chegar ao Ministério Público. Elas não podem simplesmente acreditar que a lei não funciona e que vão viver uma vida de violência e apanhar até morrer – porque é isso que acontece se a gente não rompe esse ciclo".
Em conversa com a promotora e algumas vítimas de violência, a BBC Brasil listou alguns dos principais obstáculos que uma mulher enfrenta para denunciar um agressor.
1 - Delegacia da Mulher não é 24h, nem abre aos finais de semana
A Delegacia da Mulher (DDM) foi criada para proporcionar um atendimento diferenciado às mulheres vítimas de violência. Em teoria, em unidades especiais da polícia civil criadas só para atender esses casos, a mulher poderia receber um acolhimento mais adequado.
Delegacia da Mulher não abre aos finais de semana, nem funciona 24h - é uma das críticas das vítimas
Delegacia da Mulher não abre aos finais de semana, nem funciona 24h - é uma das críticas das vítimas
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBCBrasil.com
No entanto, essas delegacias especiais, em geral, funcionam somente no horário comercial. Em São Paulo, por exemplo, elas fecham - em horários variados na faixa das 18h às 20h.
Aos finais de semana - quando ocorrências de estupro ou violência doméstica são até mais frequentes -, as DDMs estão fechadas - o que obriga mulheres a esperarem alguns dias para fazer a denúncia ou então a recorrerem às delegacias tradicionais, como foi o caso de Maria Fernanda.
2 - São 368 Delegacias da Mulher para 5,5 mil municípios no Brasil
O número de Delegacias da Mulher no País ainda é bastante restrito. Milhares de cidades não contam com unidades especiais desse tipo - são 368 espalhadas por 5.597 cidades brasileiras.
Sem uma DDM por perto, novamente a mulher é encaminhada para uma delegacia tradicional, onde há menos preparo dos policiais para lidar com casos de violência desse tipo.
3 - Falta de capacitação de agentes públicos
A reclamação mais comum e recorrente entre as mulheres é sobre a forma como são tratadas nas delegacias.
"Você tem certeza que vai fazer isso (denunciar)? Essas marcas aí? Estão tão fraquinhas...até você chegar no IML (para fazer exame de corpo de delito), já vão ter desaparecido. Se você denunciar, vai acabar com a vida dele. Ele vai perder o emprego e não vai adiantar nada, porque vai ficar alguns dias preso, depois vai pagar fiança e sair ainda mais bravo com você", dizia o delegado a Maria Fernanda.
Por já ter ouvido histórias como essa, Luísa Guimarães também não procurou a polícia quando foi estuprada por dois taxistas. "Seria mais um sofrimento. Estava traumatizada. Tinha certeza de que, se fosse a uma delegacia, provavelmente sairia de lá culpada", afirmou.
A promotora de Justiça Silvia Chakian admite que esse é o maior problema para melhorar a eficiência da Lei Maria da Penha. "Os agentes públicos - da polícia e até do judiciário - são membros de uma sociedade machista. E reproduzem esses estereótipos às vezes no atendimento dessas mulheres. Falta uma capacitação desses agentes", afirmou.
"Muitas vezes, eles fazem perguntas absurdas de busca de detalhes que é impossível elas recordarem. É um tipo de violência que há um mecanismo psicológico de querer esquecer, querer apagar. E eles tratam essa mulher como se ela não fosse digna de crédito. Ela acaba tendo a responsabilidade de provar que não está ali mentindo."
Para amenizar esse problema, o governo federal lançou o programa Mulher, Viver Sem Violência em março de 2013. Ele tem, entre outros objetivos, o de capacitar policiais e agentes públicos em geral para atender melhor essas mulheres vítimas de violência.
Além disso, a pasta também criou unidades chamadas de Casa da Mulher Brasileira, lugares que integram no mesmo espaço serviços especializados para os diversos tipos de violência contra a mulher: acolhimento, delegacia, Ministério Público, etc. Desde 2013, foram criadas duas unidades - uma em Brasília e outra em Campo Grande - e outras cinco estão em construção.
4 - Ter de comprovar a violência
Quando consegue vencer as dificuldades de fazer uma denúncia, a mulher vítima de violência precisa passar por outro processo complexo: o de conseguir comprovar o crime. Primeiro porque alguns tipos de agressão não deixam vestígios - a violência psicológica, por exemplo.
E, segundo, porque algumas marcas são "facilmente contestáveis" por advogados de defesa. "Na lei aqui, muitas vezes a discussão fica em torno do consentimento. E aí em uma violência que acontece entre quatro paredes, não tem testemunha", explica Chakian.
"Aqui a gente adota o critério do ' No Means No ' ('Não significa não'). A vítima tem que dar sinais que está rejeitando a relação sexual. A lei diz que só configura estupro mediante ao uso da violência ou grave ameaça. Na prática, isso significa que são essas mulheres que têm de comprovar que rejeitaram o ato sexual, e isso é cruel. As circunstâncias deveriam comprovar."
"No Canadá, por exemplo, a legislação avançou para o ' Yes Means Yes ' (Sim significa sim). Ou seja, o consentimento precisa ser expresso e afirmativo. Se a vítima não dá evidências de consentimento, se ela não contribui para a relação, é estupro. Por exemplo, se a menina está bêbada, com os braços repousados, isso não é símbolo de consentimento", conta a promotora.
Segundo Chakian, muitas vezes, no julgamento de casos assim, acaba prevalecendo o "conservadorismo comportamental". "Eles usam muito isso, dizem: 'ah, mas ela não se deu o respeito'. Mas como assim? Se ela está pelada, de saia curta ou coberta até o pescoço, ela tem que ser respeitada do mesmo jeito."
5 - O agressor nem sempre é punido
A dificuldade em comprovar a violência parece se refletir nos dados que comparam números de denúncias com o de agressores punidos.
Segundo informações do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, 2.439 homens estavam presos por crimes de violência doméstica até junho de 2014. Para se ter uma ideia, no mesmo ano de 2014, 52.957 mulheres denunciaram casos de violência - entre eles violência física, psicológica, moral, sexual, etc -, uma média de 145 por dia.
Casa da Mulher Brasileira é uma das ações do governo federal para reunir todos os atendimentos à mulher vítima de violência no mesmo local
Casa da Mulher Brasileira é uma das ações do governo federal para reunir todos os atendimentos à mulher vítima de violência no mesmo local
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBCBrasil.com
"Temos que melhorar a efetividade da lei. Não tem que ser difícil comprovar essa punição. Temos que mudar esse pensamento de que é preciso comprovar essa violência com testemunha e com prova pericial. Temos que avançar para dar credibilidade à palavra dessas mulheres", disse Silvia Chakian.
Além disso, segundo a promotora, é preciso avançar na punição determinada por lei a alguns casos graves de violência contra a mulher que, atualmente, se encaixam em tipos penais muito brandos.
"Ainda não tem tipo penal com gravidade compatível ao da violência de divulgar vídeos ou fotos íntimas de mulheres, por exemplo. Ele se encaixaria no 'crime contra a honra', ou 'injúria', 'difamação'. Mas esses crimes têm punição muito branda, cerca de 15 dias de prisão ou 3 meses no máximo", explicou.
*Nome fictício

PF investiga desvio de R$ 200 mi em obras do São Francisco

Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (11) a Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória, que investiga o superfaturamento de obras de engenharia executadas por empresas em dois dos 14 lotes da transposição do Rio São Francisco. Empresários do consórcio OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas.
Foto: Agência Brasil
Os valores eram destinados à transposição do rio, no trecho que vai do agreste de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados, até o momento, são de R$ 680 milhões.
Segundo a PF, as investigações apontaram que algumas empresas ligadas à organização criminosa estariam em nome de um doleiro e também envolvem um lobista, ambos investigados na Operação Lava Jato.
Estão sendo cumpridos 32 mandados judicias, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão, em Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio grande do Sul, Bahia e Brasília. Cerca de 150 policiais federais participam da operação.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.
A PF explicou que o nome da operação, Sinhá Vitória, representa a mulher do sertão, que não se rende à miséria. Uma personagem descrita no livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, como uma mulher forte, que fazia as contas do pagamento recebido do dono da fazenda onde trabalhavam sempre chegando à conclusão de que eram roubados.

PF apreende malote e caixa em escritório de Cunha no Rio

Em nova fase da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã de hoje (15) mandados de busca e apreensão na residência e no escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Barra da Tijuca e no centro do Rio de Janeiro. Agentes da PF chegaram à casa do deputado antes da 6h e deixaram o local por volta das 10h. No escritório, de onde saíram por volta das 12h, levaram um malote e uma caixa.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Eduardo Cunha é investigado por corrupção, lavagem de dinheiro e por receber suborno pela intermediação de contratos superfaturados. Também responde processo por manter contas ilegais no exterior.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que determinou as buscas nas residências de investigados, nos locais onde trabalham, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos. Ao todo, 53 mandados são cumpridos no bojo da Operação Catilinárias no Rio (14), Distrito Federal (9), São Paulo (15), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2)e Rio Grande do Norte (1).
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Em Brasília, a PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara e em endereços dos ministros do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, ambos do PMDB.
Também foram alvos da operação o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), a chefe de gabinete de Cunha, Denise Santos, e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Fábio Ferreira Cleto, indicado por Cunha para o cargo. Cleto foi exonerado pela presidenta Dilma Rousseff na semana passada.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Assaltantes fazem dezenas de reféns em joalheria de SP

Grupo de assaltantes fez dezenas de reféns na tarde desta terça-feira em uma joalheria localizada na região central de São Paulo. A ação durou cerca de 3 horas e só foi solucionada após a chegada do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) ao local, terminando com quatro bandidos presos.
Foto: Adailton Damasceno / Futura Press
Não houve interdições ou qualquer outro tipo de prejuízos ao trânsito já que a rua só permite passagens de pedestres. A Barão de Paranapiacaba, que fica próxima à Praça da Sé, é conhecida como "Rua do Ouro" pela grande quantidade de comércios que oferecem jóias e alianças.
Veja fotos do assalto:
Foto: Adailton Damasceno / Futura Press
Foto: Adailton Damasceno / Futura Press
Foto: Kevin David / Futura Press
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
Foto: Newton Menezes / Futura Press
Foto: Newton Menezes / Futura Press
Foto: Newton Menezes / Futura Press
Foto: Newton Menezes / Futura Press


Cardozo rebate Cunha e diz que PF investiga "tudo e todos"

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reforçou nessa terça-feira (15), após evento em Brasília, a autonomia da Polícia Federal (PF) ao investigar políticos em escândalos de corrupção. Ele disse que a PF não vê cores partidárias e que “todos têm que ser investigados”.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
“Está se investigando tudo e todos que precisam ser investigados. Pouco importa o partido. Pouco importa se pertence ao PT, ao PMDB ou à oposição. Todos têm que ser investigados. Não há ninguém que esteja acima da lei, embora algumas pessoas se julguem acima dela”, disse o ministro.
A fala de Cardozo foi uma resposta ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Em entrevista no início da tarde, Cunha acusou o governo de “buscar o revanchismo”. A Polícia Federal cumpriu, durante a manhã, mandado de busca e apreensão na casa do presidente da Câmara no âmbito da Operação Lava Jato. Os mandados também foram cumpridos na residência de Cunha no Rio de Janeiro.
Cunha ainda questionou a viagem de Cardozo a Curitiba na semana passada. Ele chamou de “coisas muito estranhas” o fato do ministro ter ido para a capital paranaense à noite, depois das 22h. “Acho que a imprensa deveria perguntar o que foi fazer o ministro Cardozo em Curitiba, em reuniões de madrugada na semana passada. São coisas muito estranhas que acontecem com esse governo e que a gente precisa desnudar isso”.
Cardozo rebateu o presidente da Câmara. Disse que foi a uma reunião registrada em sua agenda oficial com o secretário de Segurança Pública do Paraná, acompanhado por autoridades da PF e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Explicou ainda que estava em reunião com Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, o que atrasou a sua ida a Curitiba.
O ministro ainda disse ao presidente da Câmara para ele “ficar tranquilo”, pois não foi ao Paraná para esconder contas no exterior. “O presidente da Câmara pode ficar absolutamente tranquilo. Eu não fui a Curitiba esconder bens ou tentar ocultar bens ou contas no exterior, porque não as tenho. Fui tratar do meu trabalho, da minha atividade como ministro e isso foi registrado publicamente na minha agenda”.


Senado aprova projeto que libera armas a agentes de trânsito

Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje projeto de lei que muda o Estatuto do Desarmamento para permitir que agentes de trânsito portem armas de fogo em serviço. O texto ainda precisa passar pelo plenário da Casa e, se for aprovado, o porte será permitido aos agentes de trânsito que não sejam policiais da União, estados, Distrito Federal e municípios.
Foto: Fabrizio Bensch / Reuters
Para conseguir a licença, os agentes terão que comprovar aptidão psicológica e capacidade técnica para manejar o armamento. Para isso, eles precisarão passar por formação e só poderão usar a arma se o ente federado ao qual estiverem vinculados tiver interesse.
O relator do projeto, senador José Medeiros (PPS-MT), entendeu que, pela Constituição, os agentes de trânsito também são responsáveis pela manutenção da ordem pública e a integridade das pessoas nas vias de tráfego, sendo assim permitido que tenham o porte de arma.
Medeiros não fez mudanças em relação ao texto da Câmara. Com isso, se o plenário do Senado aprovar a matéria também sem alterações, ela seguirá direto para sanção presidencial.